HATE AND CHAOS

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A Revolução já esta em curso !!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

ESQUIZOFRENIA CONTEMPORÂNEA



Faz um tempo que estava pensando em escrever sobre o coas que a sociedade human se meteu , falar sobre o que criamos , não apenas fisicamente , ams mentalmente , intelectualmente , toda a ideologia que criamos , para criarmos o mundo contemporâneo , transformar essa ilusão atual , na realidade atual. Ai me deparei com esse texto/arquivo maravilhoso da Bruna Fiuza , que escreve para alguams revistas especializadas para historiadores e conseguiu chegar muito perto do que penso e do raciocinio seguido por mim em relação ao mundo que criamos.
Leiam e pensem ...


Era da Esquizofrenia



Há algum tempo certos pensadores vêm falando de um novo “mal-estar na civilização”, típico de nosso tempo: o abandono da vivência concreta em benefício de variadas formas de interação virtual. Em geral, esse costuma ser um debate árido e profundamente abstrato, mas a brilhante entrevista que o jornalista americano Gay Talese concedeu ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, no último dia 20 de julho, mostrou que a questão está longe de ser um mero debate acadêmico.
Durante a conversa com os entrevistadores escalados pelo programa, Talese, um dos criadores do chamado new journalism, falou sobre as dificuldades pelas quais o jornalismo passa hoje. Segundo ele, boa parte da crise de credibilidade que a imprensa mundial (e americana em especial) vem enfrentando desde os atentados de 11 de setembro de 2001 se deve ao fato de os repórteres terem deixado de fazer aquilo que ele chama de legwork, o bom e velho “gastar sola de sapato”.
Talese tem moral para fazer essa crítica às novas gerações. Ele é um dos principais representantes do movimento que nos anos 60 fundiu jornalismo e literatura, utilizando técnicas narrativas sofisticadas para contar histórias reais por meio de grandes reportagens. Para isso, os jornalistas dessa escola iam para as ruas e mergulhavam profundamente no cotidiano dos personagens que retratavam. Passavam semanas investigando para depois condensar suas experiências em um texto literário de não-ficção.
O fato de um dos pais desse tipo de jornalismo constatar que o gênero está em crise diz muito não só sobre a imprensa atual, mas também sobre o mundo no qual ela está inserida. A verdade é que a constatação de Talese é a ponta de um iceberg muito mais profundo, de proporções históricas gigantescas.
Não são só os jornalistas que não saem mais às ruas para fazer reportagem. Não são só os repórteres que escrevem verdadeiros tratados sobre pessoas que nunca viram pessoalmente na vida. A cada dia, cada um de nós faz isso com cada vez mais frequência.
A crise do new journalism é consequência de uma das mais radicais revoluções técnicas dos últimos 500 anos, a revolução da informática e das telecomunicações. Nas últimas quatro décadas as tecnologias da informação se desenvolveram de tal maneira que surgiu um abismo entre a época de ouro do new journalism e os dias atuais.
Não há dúvida de que hoje temos acesso a uma quantidade de informações incrivelmente maior do que nossos colegas dos anos 50 e 60 tinham. Isso em tese é ótimo, mas esse salto tecnológico produziu um efeito colateral do qual só agora estamos começando a nos dar conta: o divórcio com a realidade que nos cerca.
As máquinas nos permitem entrar em contato, em tempo real, com o outro lado do planeta, mas ao mesmo tempo nos afastam do nosso vizinho. Quando queremos falar com um amigo, por falta de tempo deixamos de marcar um encontro ou até mesmo de ligar, e nos limitamos a mandar um e-mail. O resultado disso é que estamos cada vez mais distantes da realidade, da vivência concreta. Estamos transferindo nossa vida para o mundo virtual e achamos isso lindo.
Por tudo isso, a entrevista de Gay Talese lembra como, em certo sentido, por trás de todo esse progresso que veneramos como um deus moderno, está em curso uma regressão brutal. Estamos simultaneamente avançando e regredindo, dançando como Michael Jackson, dando a impressão de estar caminhando para frente quando na verdade andamos para trás. Sabemos tudo o que está acontecendo no Afeganistão, mas somos incapazes de sair à rua e olhar nos olhos do nosso vizinho.
Estamos nos divorciando da realidade, e as consequências podem ser catastróficas. A crise financeira global é um sinal desse processo: depois de décadas de transações virtuais em que valores inexistentes eram negociados por malabaristas responsáveis por fazer as pessoas acreditarem em um mundo que não passava de um castelo de cartas, a economia decidiu passar a fatura... e de repente todo mundo se lembrou que o mundo real ainda existe.
O crescimento assustador da indústria de antidepressivos não é mais um sinal desse novo mal-estar na civilização? Que trauma maior para uma criança que passou a vida toda protegida da realidade de repente se dar conta, aos 18 anos, de que vai ter que fazer o impossível para conseguir um emprego em um mundo onde o trabalho é cada vez mais dispensável?
Os psicólogos e psiquiatras dizem que a esquizofrenia é o distúrbio que provoca uma cisão com a realidade. Não seria exagero, portanto, dizer que estamos vivendo a Era da Esquizofrenia. E é melhor pensarmos bem até que ponto estamos dispostos a levar adiante esse divórcio com o mundo real...



Por Bruno Fiuza

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

BRASILEIROS SEM BRASIL ...


Todo dia era dia de índio ...

Uma vez eu li em um texto assinado pelo Prof. Dr. Carlos Alberto em que ele dizia : "As veias abertas do Acre foram muitas... o total de leite de seringa defumado e do caucho retirado, na região acreana, corresponde á mesma quantidade de sangue derramado dos corpos dos índios assassinados durante os primeiros tempos dos seringais." Nada mais explicito e correto pra se dizer, quando o assunto é os povos indígenas no norte do País.Podemos dizer que o descuidado com a cultura indígena já se inicia quando os europeus passaram a chamar todas as diversas tribos de Ándios.Isso ocultou toda a diversidade cultural existente entre eles.Quando os "bárbaros" chegaram na região norte, mais de 6 milhões de índios habitavam a Amazônia (isso em 1616)... mais o conflito feroz pela terra e valores culturais ... mais assassinatos cometidos pelos coletores de "drogas do sertão"... os assassinatos cometidos por caucheiros peruanos e soldados bolivianos ... assassinatos cometidos por capangas e fazendeiros a partir dos anos 70 ... os ataques às aldeias dos seringalistas (sempre armados , matava, os lideres , escravizavam vários índios e cooptavam as índias para servirem de mulheres no seringal ... ajudaram a baixar ainda mais o numero da população).

De mais de 6 milhões na chegada dos europeus em 1616 , passou a 150 mil índios na segunda metade do século XIX (distribuídos em 50 povos), já em 1989 o numero de índios no Acre era em 5 mil ... em 1996 já eram 8.511 ...e em 2001 a FUNAI notificou a existência de pouco mais de 10.478 índios em todo estado do Acre, distribuídos em 12 povos.Os indígenas nunca abriram mão de suas terras sem colocarem em pratica, várias formas de resistência , dentre as quais , claro, o confronto com o invasor ... o homem banco, que trouxe também as doenças que infestavam a Europa na época.

Hoje as Terras Indígenas (ironia da porra , terras indígenas !!!?? caralho , o Brasil todo é terra indígena !!!) somam hoje uma área aproximada de 14% da extensão territorial do estado, perfazendo um total de 2.167.146 hectares, sendo que das 580 terras indígenas do Brasil, 31 localizam-se no Acre.O estado do Acre é a unidade de federação com maior diversidade biológica e étnica, 3,0 % de toda a população indígena vive em território acreano, correspondendo a 14 povos Indígenas. A ação ineficiente, medíocre e omissa da FUNAI na Amazônia Ocidental é compreensível no quadro da política desenvolvimentista do governo Federal que, ao invés de defender os direitos dos povos indígenas, estimulou a penetração capitalista na Amazônica. A FUNAI foi criada em 1967. No Acre ela foi instalada em 1976, com o objetivo de prestar assistência ás comunidades indígenas, vitimas das empresas agropecuárias.

Durante muitos anos a FUNAI limitou-se a delimitar terras indígenas, ao invés de demarca-las.Além de oferecer uma precária assistência medica aos índios.A FUNAI também tinha como preocupação o desenvolvimento de projetos econômicos de base comunitária, principalmente agrícolas. Hoje em dia a política da FUNAI é de que não sejam feitos contatos com os índios isolados, apenas os localizando e debilitando a área na qual vivem para impedir a entrada de brancos. Com o passar dos anos foram surgindo órgãos que foram criados para subsidiar a luta indígena - Comissão Pro- Ándio (CPI/AC), Conselho de Missão entre Ándios (COMIN) e o Centro de Trabalho Indigenista (CTI).Em 1982, foi idealizada a criação da UNI - União das Nações Indígenas do Acre - que passou a cobrar da FUNAI e de outros órgãos a demarcação urgente das terras indígenas.Em 2000, é criada a Organização dos Professores Indígenas do Acre (OPIAC) com o objetivo de promover a educação escolar indígena de forma diferenciada.

As coisas começaram a se alterar em 1996, quando em eleições municipais foram eleitos 5 vereadores dos 14 candidatos indígenas e 1 prefeito.Já nas eleições de 2002 foram eleitos 27 vereadores e venho aumentando com o passar dos anos.
Mas concluindo, até 2004, cerca de 65% das terras indígenas ainda não tinha sido demarcadas. A demarcação das terras é o procedimento legal pelo qual a União determina oficialmente os limites de uma área indígena.

Hoje na região existe a secretaria dos Povos Indígenas do Acre, que na ocasião nomeou Francisco da Silva Pinhatã (da etnia Ashaninka) como secretário do Estado !! uma vitória indígena !?? claro que não ... pois o que antes era totalmente indígena , hoje eles devem se contentar com uma pequena parte ... de 6 milhões de índios que existiam na Amazônia, restaram pouco mais de 10 mil ... que porra de vitória é essa ...

Amazônia sendo devorada pelo primeiro mundo

Na manha da sexta feira do dia 19 de Maio, o Greenpeace bloqueou o porto de Cargill, em Santarém, impedindo o descarregamento de soja amazônica por cerca de três horas e meia. A soja, que é exportada para Europa como alimento animal, é cultivada em áreas desmatadas da floresta Amazônica.Além disso, o porto de Cargill em Santarém foi construído de forma ilegal (Em fevereiro de 2006, o segundo mais alto tribunal do Brasil decidiu contra a Cargill, determinando que a empresa deve consentir com a legislação brasileira e fazer uma avaliação de impactos ambientais não apenas para o porto mas também para impactos nas regiões vizinhas.A Cargill continua a lutar contra a determinação.)
Cinco alpinistas subiram nas pontes do porto e foram recebidos com uma reação violenta dos empregados do porto e de produtores de soja da região, que jogavam pedras, rojões e jatos de água contra os ativistas.O navio do Greenpeace, que bloqueava o porto, também foi invadido e pichado pelos sojeiros.Quatro pessoas da instituição foram feridas, entre elas uma ativista norte-americana que caiu da ponte enquanto segurava uma faixa com os dizeres "Fora Cargill" , um ativista que foi atirado na água, um fotografo brasileiro que teve um dedo quebrado por um segurança.Após a ação 16 ativistas foram detidos pela policia, inclusive dois jornalistas.Nenhum sojeiro foi preso ...
Paulo Adario, coordenador da campanha na Amazônia, sofreu ameaça de morte dos sojeiros enquanto era detido pela policia, os produtores gritavam que ele não chegaria vivo a delegacia.empresas norte americanas como a Cargill estão devorando a Amazônia para cultivar soja.A carne alimentada com essa soja termina nas prateleiras dos supermercados e restaurantes fast food pela Europa e outros paises.A floresta mais poderosa do mundo esta sendo devorada pra alimentar frangos, porcos e vacas do primeiro mundo !! A soja é agora uma das causas principais do desmatamento da Amazônia brasileira.No total, uma área estimada em 1,2 milhão de hectares do que costumava ser floresta já foi - em sua maioria ilegalmente - destruída para o cultivo de grãos de soja.Os sojeiros também estão envolvidos em atividades ilegais como apropriação de terra e escravidão (A Cargill é a maior empresa privada dos EUA,com receita de quase US$ 63 bilhões em 2003.É sem duvida, a maior no comercio global de grãos e sistema alimentício,compra,transporte,processamento de grãos, esmagamento,refinaria e distribuição pelo mundo.)
Recentes investigações do Greenpeace reunidas no relatório "Comendo a Amazônia" (uma copia em inglês desse relatório, que documenta o problema da soja na Amazônia esta disponível no site : www.greenpeace.org.br/amazonia/pdf/amazonsoya.pdf o sumario executivo em português pode ser lido em: www.greenpeace.org.br/amazonia/comendoamz_sumexec.pdf ), mostram que o porto de Cargill não é apenas ilegal, como também esta sendo responsável por levar soja de desmatamento ilegal para o mercado mundial ( Em um dos inúmeros casos do relatório, a soja enviada para o terminal tem origem na fazenda Lavras, que esta em terras ilegais e parte delas foi desmatada para o cultivo da soja).Eles operam 13 silos no bioma Amazônico - mais que qualquer outra companhia.
A Cargill também não faz segredo sobre o fato de ajudar a estabelecer sojeiros na Amazônia, alguns doa quais, envolvidos em outras atividades ilegais, como grilagem e escravidão.A multinacional diz que agora esta fazendo esforço para não comprar soja de sojeiros ligados a trabalho escravo,desmatamento ilegal e massivo. Mas, em reunião com grupos e ativistas ecológicos no mês passado (maio de 2006) , a empresa se recusou a parar de destruir a Amazônia.Grupos e ativistas estão fazendo ações na Europa contra importadores de soja que importam da Cargill na Amazônia, incluindo a tentativa de evitar que navios de soja descarreguem em Amsterdã (Holanda).
Acredito que todos brasileiros ou não, deveriam exigir que a Cargill e a industria alimentícia européia garanta que a alimentação animal que eles compram não contribua para a destruição da Amazônia e que nenhum dos produtores da soja deles seja geneticamente modificado.