HATE AND CHAOS

HATE AND CHAOS
A Revolução já esta em curso !!!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Guerra contra o narcotráfico ou hipocrisia Imperialista ?


Todos sabemos que os E.U.A ta sempre entrando em ações humanitárias, foi assim na Iugoslávia, foi assim no oriente médio, foi assim em Kosovo e é assim na Colômbia. O Imperialismo ianque quer construir uma nova ordem mundial baseada na sua absoluta e indiscutível liderança.Para isso é necessário que eles acabem com as situações "problemáticas" que ainda existem nas regiões mais estratégicas do planeta.

Os E.U.A tenta acabar com o mais velho grupo guerrilheiro ainda em ação no continente latino-americano: as Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (FARC) e o Exercito de Liberação Nacional (ELN) na Colômbia.Usando a desculpa de um suposto envolvimento destes grupos com o tráfico de drogas, os E.U.A estão, direta e indiretamente,aprofundando seu envolvimento no conflito.Há mais de quatro décadas a Colômbia vive em uma guerra civil que já matou, somente nos últimos 15 anos, mais de 20 mil pessoas. O recente aumento de choques entre guerrilha, exercito (apoiado cada vez mais pelos E.U.A) e paramilitares de direita (apoiados por narcotraficantes, empresários e grandes latifundiários), junto com a crise econômica que assola todos os países latino-americanos adeptos do neoliberalismo, fez com que a produção industrial do país caísse, apenas no primeiro semestre, 14,3 %. O caso mais grave é o das montadoras, que trabalham somente com um quarto da sua capacidade produtiva.

Os ianques tentam fortalecer a autoridade do governo competente, as iniciativas de diálogo entre governo e guerrilha ainda não avançaram nenhum milímetro.O exercito norte-americano já tem organizado um cerco á Colômbia. Além das suas bases no Panamá, estão instaladas (em processo avançado de construção) bases militares em Aruba, na Venezuela, Peru e Equador, ale, da própria Colômbia.

Só no ano passado já foram enviados mais de US$ 300 milhões como ajuda financeira para "combater o narcotráfico" .Mas a porra da dita guerra contra o narcotráfico (desculpa para a intervenção) é uma puta hipocrisia!! Hoje a Colômbia sozinha é responsável por 80% da produção de cocaína no mundo, o dinheiro do narcotráfico esta em todas as instituições do Estado e esferas da sociedade.É claro que vez e outra as autoridades tem que prender um ou outro traficante , destruir um ou outro laboratório clandestino, isso serve pra aliviar um pouco.(quem não se lembra do caso da mulher de um coronel norte-americano, que é um coordenador das ações antitrafico na Colômbia, foi presa por usar o serviço postal do exército para enviar cocaína para os E.U.A - ou a investigação que sempre rola com os funcionários norte-americanos na embaixada de Bogotá).

Os paramilitares que são patrocinados, entre outros, pelos narcotraficantes, contam com a impunidade e mesmo a ajuda do Exercito e da justiça.O ex- Presidente Ernesto Samper (lembram dele ??) foi apoiado pelos traficantes na sua campanha eleitoral.

Na real , os ianques não estão preocupados com a produção de drogas , mas com a consolidação do seu domínio no "quintal" que é a América latina.As desculpas podem mudar mas o objetivo é sempre o mesmo: aprofundar o processo de recolonização mundial para garantir os lucros das grandes corporações norte-americanas.

Apesar de todo o aparato militar montado pelos E.U.A na Colômbia e nos paises vizinhos. É improvável que haja a curto prazo uma intervenção direta norte americana no país. Da mesma forma que em Kosovo, tudo estará bem enquanto nenhuma vida norte americana for perdida.É o síndrome do Vietnã ainda pairando nas lembranças dos ianques ...

Por outro lado, a Colômbia é uma situação mais difícil de se resolve, com uma guerrilha dominando 40% do território , embrenhada nas selvas e montanhas do país, não é difícil imaginar as dificuldades e estragos que uma intervenção direta (como foi feita no Vietnã) poderia trazer para os E.U.A .Desta forma, a tática norte-americana é outra, além do financiamento do exercito nacional colombiano, do envio de "assessores" militares e de armar modernas, os E.U.A querem a participação dos países sul-americanos numa "força de paz" na Colômbia.Na verdade, querem uma intervenção sob sua direção, mas que sejam os soldados brasileiros , argentinos,peruanos , equatorianos e venezuelanos que tomem tiros e morram e não os norte-americanos !!! Porém não é tão simples assim ... todos sabem que isto não seria nada fácil e poderia piorar a situação econômica e diplomática entre os Países da América latina, só espero que essa tal "força de paz" que os ianques querem desde que o presidente da Argentina era Carlos Menem (que como uma puta , abriu as pernas para a idéia norte americana), nunca se conclua.

É fundamental que as organizações guerrilheiras tenham uma política direcionada ao movimento operário, estudantil e popular, chamando á solidariedade e apoio do conjunto dos movimentos populares do continente e em todo mundo para lutar contra essa ameaça de intervenção e barrar qualquer iniciativa dos governos latino-americanos de intromissão, mesmo que estejam disfarçadas de "iniciativas políticas".

Porem, um dos obstáculos para o triunfo da luta popular e da guerrilha é a orientação limitada da direção das organizações guerrilheiras. Elas parecem buscar uma paz negociada, com algumas diferenças da política oficial, mas aceitando conversações em que os árbitros sejam figuras do governos burgueses latino-americanos, dos meios imperialistas ou da igreja, e que não coloque em questão a natureza capitalista e submissa do Estado colombiano. Não se deve aqui cometer erros como a negociação entre guerrilha de El Salvador e o governo local que na pratica terminou numa verdadeira rendição política e na manutenção das mesmas oligarquias no poder.

As FARC, por exemplo, têm um programa que não coloca uma proposta socialista. Pelo contrário, sua perspectiva é a reconstrução do país sob bases capitalistas, aceitando até a grande propriedade e as multinacionais, limitando-se a defender uma nova distribuição da renda. O ELN tem um programa semelhante.

Essa limitação não impede que os revolucionários busquem estabelecer a mais ampla unidade de ação para derrotar a burguesia e o imperialismo que tentam afogar sua justa rebelião armada.

Texto : Panda Reis (fontes : jornais,revistas e livros sobre FARC e ELN)

Nenhum comentário: